REFLEXÃO-6
Querer com Ele!
O ser humano,assim que atinge certa idade,toma consciência de sua própria existência,percebendo os seus contornos, ou seja, o início,a duração e a finitude de sua vida terrena.A consciência natural disso é um sentimento de ansiedade que decorre da identificação de muitas dúvidas em assunto tão significativo.Especial papel exercem os questionamentos referentes à duração limitada da vida presente, que parece desembocar,de forma assustadora, no episódio da morte.Na dificuldade de se ter maiores informações, pode-se pensar que o que provavelmente mais nos assusta,na morte,seja a sua irreversibilidade,cortando definitivamente a ligação com o lado de cá,quando se vai para o lado de lá. Fosse possível um retorno,ainda que em casos especialíssimos,e desapareceria,provavelmente o pêso assustador da morte.Por outro lado,se imaginarmos a situação fictícia na qual não existisse a morte e nem mesmo a degradação natural das células humanas, de sorte que o ser humano permanecesse sempre jovial e saudável,será que a existência não seria assim até mais difícil e frustrante devido à falta daquela perspectiva de mudança que traz a morte?Com a morte há a possibilidade de imaginar-se uma nova fase da vida n’uma outra realidade,possívelmente mais favorável.Em outras palavras,de certa forma e paradoxalmente,a morte talvez seja uma necessidade para o ser humano!D’outra parte a certeza da morte é tão contundente que se justifica o ditado popular:”O que não tem remédio,remediado está!”e assim configura-se na, realidade da morte, o último e efetivo remédio para todos os males,sem solução,desta existência.Tal remédio,a morte,é bastante “amargo”ao ser humano ,a ponto de ser normalmente aceito quando inevitável,porem nunca desejado, dentro de padrões de normalidade emocional.Ninguem, em sã consciência,deseja a própria morte ou a morte de entes queridos.A primeira delas pelas razões já expostas e a segunda pelo natural egocentrismo que nos impede de aceitar a privação da convivência com aqueles que amamos.Isto é:não choramos por que pensamos no bem de quem se foi!Choramos porque fomos privados da presença e da convivência com alguem que se foi ,mesmo imaginando e até acreditando,que quem se foi ,possa ter ido para uma vida melhor!
Face às dúvidas existenciais,duas posturas são possíveis:a postura indiferentista e a postura religiosa.Na primeira vive-se sem respostas e sem se “apostar”em nenhuma hipótese explicativa.Na segunda,escolhe-se uma hipótese de ligação do homem com a “Transcendência”e origem da criação chamada:Deus e aposta-se ,dia após dia,cada vez mais,nesta opção ,deixando-se motivar,cada vez mais,por ela.Toda a vida presente passa a ser,progressivamente pautada pela vontade de se religar ao Criador.De repente começa-se a perceber que aquilo que se quis,não foi querido unilateralmente por nós,mas que tal desejo foi também criado pelo Criador que quis assim e nos convidou ,sutilmente,a querer com Ele!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.